Procura Por Alimentos Orgânicos Aumenta no Mercado do Cruzeiro
Por: Pedro Oliveira
A loja Néctar do Cerrado Orgânicos, no Mercado do Cruzeiro, tem registrado aumento da procura por alimentos orgânicos nos últimos meses. Cássio Adelino, proprietário do estabelecimento, pontua as principais diferenças entre o produto orgânico e o convencional, bem como os cuidados necessários antes de sua disponibilização ao consumidor.
“A principal diferença entre os orgânicos e produtos convencionais, está no fato de que o produto orgânico é produzido em pequena escala. Além disso, o solo para seu cultivo não pode ter nenhum tipo de adubagem química, e devem ser realizadas análises tanto do solo quanto da água utilizada na plantação”, diz.
O comerciante, que está há cinco anos no Mercado, ressalta que o cultivo de orgânicos é realizado, geralmente, por famílias de pequenos produtores, enquanto outros produtos têm foco na larga escala produtiva e mantêm o uso de aditivos químicos neste processo, o que pode interferir na qualidade do produto final.
Mesmo com a crescente demanda, ainda há quem se mostra relutante em aderir ao mercado de orgânicos, resistência essa que é impulsionada, majoritariamente, pela crença que tais produtos são caros em relação aos demais. Nesse viés, Cássio Adelino enfatiza a falta de incentivo do poder público para os produtores de orgânicos no país.
“Infelizmente, o incentivo é dado apenas aos alimentos produzidos em grande escala, à exemplo da isenção de imposto para agrotóxicos. Nossa produção constitui uma engenharia mais complexa e demorada, porém, o consumidor leva para a mesa um alimento natural”.
A fim de reverter tal paradigma, Belo Horizonte possui Unidades Produtivas Coletivas e Comunitárias, amparadas pela Prefeitura, são espaços destinados ao desenvolvimento sustentável e geração de renda, a partir da transformação de áreas que, outrora, estavam improdutivas em áreas de produção agroecológica.
O comerciante ainda alerta para a importância dos orgânicos para a saúde dos consumidores: “Costumo dizer que a primeira “farmácia” que temos, está no que colocamos em nossa mesa, o alimento que consumimos. É ele o responsável pela manutenção de nossa saúde”, analisa.