Click Favela busca apoio para instalar piscina comunitária
Por Gabriela de Castro e Laura Mariano
Após receber a doação de uma piscina para a realização de atividades de lazer, a organização Click Favela tem enfrentado um desafio: a dificuldade de instalação do reservatório de água no aglomerado da Serra. Diante do problema com o lote onde seria colocada, que se tornou um depósito de lixo a céu aberto, o coletivo tenta conseguir o apoio da prefeitura para limpeza e manutenção do espaço.
O projeto de lazer começou ainda em 2010 quando o DJ Marcelo Mattos e o gestor de recursos hídricos e ambientais Renato Souza de Oliveira (Pato) encheram a carroceria de uma picape, encoberta por uma manta impermeável, em uma nascente próxima: “Uma vez que temos aqui uma bacia hidrográfica, no escoamento há uma nascente. Então, colhíamos a água e fazíamos a piscina”, explica Oliveira. Depois, a piscina começou a ser feita na caçamba de um caminhão.
Segundo Mattos, esse tipo de evento é comum na comunidade. Porém, da última vez que o caminhão-piscina foi executado, as fotos e vídeos viralizaram nas redes sociais. O fator viral foi o que mudou o formato dessa atividade de lazer e diversão. “Quando postamos as fotos, imaginamos que ia dar uma repercussão grande. Quando fomos ver, estava em sites de todo o Brasil e até internacionais. Televisões da Alemanha vieram aqui filmar.”
Em março deste ano, uma piscina foi roubada de um comércio em Betim e, depois, recuperada pela dona da loja. Com a estrutura danificada e sem mais serventia para venda, a lojista optou por doar para a associação após ver os vídeos do caminhão-piscina. A organização pretende fazer a instalação depois que a piscina passar por reforma: “Foi uma ideia muito bem recebida. Ainda estamos trabalhando para fazer a instalação dela. Tornamos a associação em um instituto cultural de arte e lazer do Aglomerado da Serra, o Click Favela. Agora tudo está formalizado, o que possibilita não só a captação de verbas, como também traz mais visibilidade”, informa o gestor ambiental.
Ainda segundo Oliveira, a ideia inicial é instalar a piscina em um lote na Rua Nossa Sra. de Fátima. “Isso é um parque, atualmente está descuidado. Se tornou um matagal, servindo de depósito de lixo e de animais mortos. O estado vem, limpa, não monitora, passa alguns meses e tá tudo sujo de novo. O instituto vê esse espaço como uma ferramenta pública que deve ser restaurada. Estamos sendo procurados pelo Poder Público e essas conexões estão começando a ter resultados.” Entretanto, a equipe do vereador Gilson Guimarães (Rede), que vem do Aglomerado, argumenta que a área não é propícia para a instalação da piscina por razões físicas. Em depoimento a O Ponto, afirmou interesse em apoiar o Click Favela e levar a pauta à Câmara Municipal.
Para Mattos, toda a repercussão quanto ao projeto, tanto antes quanto depois da doação da piscina, dá visibilidade para notícias boas da comunidade. “Normalmente, a mídia só sobe aqui pra dar notícia ruim. Quando acontece de a mídia mostrar que não é só essas coisas que acontecem, que tem, na comunidade, pessoas fazendo o bem para os outros, a gente vê com muito carinho.”