Tecnologia e natureza unidas em exposição no CCBB
Por Vitória Figueiredo
Tecnologia e natureza se abrem para a humanidade na exposição “Studio Drift – Vida em Coisas”, no CCBB, até 06 de novembro. Fugindo do óbvio, daquilo que normalmente se espera de uma exposição de arte – pinturas em quadros -, a exposição tem a tecnologia como protagonista, juntamente com a natureza. Por meio de esculturas, os artistas Lonneke Gordijn e Ralph Nauta propõem a reflexão sobre a vida e suas coisas.
A exposição é marcada pelo movimento, a arte de mover, que encanta os olhos. O dinamismo, a rapidez e a mudança se fazem presentes em todas as obras. Iluminados, dentes-de-leão se tornaram flores. Os movimentos de pássaros refletem os movimentos humanos, numa obra em que animal e indivíduo se tornavam um só (Coded Nature).
Uma cadeira com bichos de pelúcia ilustra como objetos totalmente desconexos podem, juntos, ganhar uma nova perspectiva e funcionalidade. A obra “amplitude” parece estar viva para mostrar frequências compartilhadas entre seres humanos e natureza: as ondas do mar tendem a alinhar-se com as batidas de um coração: a harmonia e perfeição da natureza deixadas, de certa forma, em nós.
As oscilações dos pensamentos e das emoções humanas foram representadas pela obra “ego”. Frágeis, fios de náilon simbolizavam a instabilidade humana; o fato de nossos sentimentos, pensamentos e emoções estarem sempre mudando e, assim, nos fazendo ser quem somos: prova disso é a própria escultura, que se movimentava de forma diferente a cada performance.
A exposição transborda vida. As peças parecem ter vontade própria e se mover sozinhas. E não é para menos, já que representavam justamente a vida presente nas “coisas”. Studio Drift é uma grande experiência. Assim como a vida.