Por Maria Júlia Coelho

Com a oferta de 13 oficinas semanais gratuitas, que abrangem áreas como música, dança, teatro, esportes e capacitação técnica, o projeto “FiKa Ryca Favelinha” é uma iniciativa do Centro Cultural Lá da Favelinha, que promove o empreendedorismo social e cultural no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte. Com o objetivo de fortalecer a produção artística da comunidade e promover o protagonismo dos moradores, o projeto propicia oportunidades de renda e desenvolvimento pessoal. As oficinas são oferecidas para pessoas de faixa etária acima de 14 anos e tem como foco principal a inclusão e a transformação social por meio da educação cultural e criativa. 

A cultura e a educação sempre foram pilares fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade e, muitas vezes, o encontro desses elementos resultam em algo transformador. Contando com o apoio da Fundação ArcelorMittal e o patrocínio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, o projeto tem como principal objetivo oferecer oportunidades para os moradores da região, promovendo a valorização da arte e da cultura como formas de trabalho e expressão.

                                                                                                                                              Reprodução site ladafavelinha.com.br

“O projeto busca mostrar o potencial do empreendedorismo social e oferecer novas oportunidades para quem quer aprimorar ou começar um negócio”, afirma Kdu dos Anjos, fundador do Centro Cultural. Dessa forma, as oficinas permitem que jovens e adultos da comunidade possam explorar seus talentos e desenvolver habilidades artísticas e técnicas. 

Esse protagonismo cultural e social do Lá da Favelinha não é recente, servindo como um ponto de encontro para os jovens da comunidade. O projeto, fundado em 2015, oferta atividades que vão além do entretenimento, buscando o empoderamento e a transformação social. O Centro começou com uma oficina de rap e uma biblioteca comunitária e hoje abriga mais de três mil livros. A partir das demandas locais, cresceu para se tornar um espaço de formação profissional e comunitária

O responsável pela oficina de Sonorização de Eventos, o engenheiro de som Lucas Emerick, destaca a importância do conhecimento técnico em áreas como montagem de caixas de som e sistemas de áudio, que estão presentes em diversos setores. Ao realizar sua terceira oficina no ano e a quarta de sua trajetória, ele acredita que ensinar sobre sonorização é uma maneira de preparar os jovens do Aglomerado da Serra e demais alunos para o mercado da música e outras áreas culturais. Segundo ele, a flexibilidade de atuar em diferentes campos é uma tendência no mercado, permitindo que futuros profissionais da cultura transitem e participem de múltiplos projetos. O ambiente do Centro Cultural Lá Da Favelinha, com sua infraestrutura de qualidade e equipe comprometida, é apontado como essencial para o sucesso dessas oficinas, promovendo uma atmosfera acolhedora e colaborativa, onde os participantes podem se conectar e formar uma verdadeira comunidade profissional.

Assim como o Lá da Favelinha, outros projetos em comunidades têm mostrado o valor de investir em oficinas culturais, conseguindo oferecer muito mais do que um aprendizado técnico, mas proporcionando um espaço de pertencimento e de fortalecimento da identidade, especialmente em áreas historicamente marginalizadas. Quando uma criança ou um jovem tem a chance de frequentar uma oficina de capoeira, por exemplo, ele não está apenas aprendendo movimentos ou golpes, mas entrando em contato com sua história e cultura.  

Ester Teixeira, Coordenadora de Produção do Centro Cultural Lá da Favelinha, enfatiza o papel transformador das oficinas culturais no projeto Fika Ryca Favelinha, que busca garantir a continuidade e ampliação das ações de formação e capacitação artística na periferia. O projeto, segundo Ester, nasceu da demanda espontânea da comunidade e, ao longo dos anos, foi crescendo para incluir uma diversidade de oficinas, sempre alinhadas aos interesses dos participantes e à disponibilidade de voluntários. Atualmente, com foco na produção artística e cultural, seu maior desafio está sendo coordenar as 13 oficinas semanais, que envolvem cerca de até 15 alunos cada. A expectativa é de que, com o sucesso dessas oficinas, outras comunidades possam se inspirar a implementar iniciativas semelhantes, promovendo a arte, a educação e o desenvolvimento humano nas regiões mais carentes do país.

  

As oficinas ofertadas no projeto são: 

 

•  Libras – Prof. Fabiana Pereira (Faby) 

• Bordado e Costura – Prof. Conceição dos Anjos (Sãozinha) 

• Sonorização de Eventos – Prof. Lucas E
• merick 

• Capoeira – Prof. Liliane Pinheiro (Lili) 

• Danças Urbanas/Vogue Femme – Prof. Jhones 

• Percussão – Prof. Everton Roberto (Tico) 

• Discotecagem – Prof. Julio Nogueira (BRK) 

• Língua Espanhola – Prof. Giovanna Cotta 

• Pilates – Prof. Sara Marchezini 

• Judô – Prof. Mariana Bernardes 

• Teatro – Prof. Jonnatha Horta 

 

  

Imagem: Reprodução/Facebook

Serviço: 

– As oficinas do projeto “FiKa Ryca Favelinha” ocorrem semanalmente no Centro Cultural Lá da Favelinha.  (Rua Dr. Argemiro Rezende Costa, 191 – Bairro São Lucas) e são ofertadas para adultos e crianças a partir dos 14 anos. 

– Inscrições podem ser feitas online (www.ladafavelinha.com.br) ou presencialmente.   

– O projeto vai até o final do ano, com as 13 oficinas semanais gratuitas abertas ao público.   

– Para mais informações, visite o site do Centro Cultural Lá da Favelinha www.ladafavelinha.com.br